Cada vez mais pacientes chegam ao meu consultório se queixando de esgotamento mental, ansiedade e depressão. E, muitas vezes, esse estado foi causado por condições de trabalho desgastantes. Muitos pacientes estão sofrendo a Síndrome de Burnout e o que me deixa de certa forma feliz é que eles enxergam isso e que precisam desacelerar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior taxa de pessoas com ansiedade e o quinto no ranking de pessoas com depressão. A Síndrome de Burnout é uma ameaça real e precisamos ficar atentos aos sinais.
O que é o burnout
Burnout é um transtorno psíquico de caráter depressivo, com sintomas parecidos com os do estresse, da ansiedade e da síndrome do pânico, mas que tem associação com a vida profissional da pessoa. A síndrome, que foi incluída na Classificação Internacional de Doenças da OMS em 2019, se não tratada, pode evoluir para doenças físicas como hipertensão, doença coronariana, problemas gastrointestinais, depressão profunda e alcoolismo.
Como identificar os sintomas
A sensação de esgotamento físico e emocional é o principal sintoma de burnout. A pessoa que está passando por isso, geralmente, tende a se isolar, tem mudanças bruscas de humor, se ausenta do trabalho, muitas vezes não suportando a ideia de ter que ir trabalhar, tem lapsos de memória, dificuldade de concentração, entre outras consequências. Se você se sente assim, é hora de procurar ajuda médica e psicológica para tratar os sintomas e voltar a ter qualidade de vida.
Tratamento promissor para o burnout
De acordo com estudo realizado por pesquisadores do Instituto D´OR de Pesquisas e Ensino (IDOR), ao menos um em cada seis profissionais de saúde apresentam sinais de burnout, esgotamento definido como um transtorno psíquico de estresse físico e mental crônico, relacionado a condições de trabalho desgastantes.
Em busca de ações para tratar a questão, uma outra pesquisa realizada no Hospital Universitário da USP de Ribeirão Preto (SP) indicou que o uso do canabidiol, um composto derivado da cannabis, reduziu sintomas de fadiga emocional em 25% dos voluntários, depressão em 50% e ansiedade em 60%. O resultado da pesquisa foi divulgado na revista JAMA Open Network, da Associação Médica Americana.
Os estudos com cannabis tem sido cada vez mais promissores. Muitas outras doenças também podem ser tratadas ou ter seus sintomas amenizados com o uso do óleo de cannabis. Tenho tido resultados incríveis com os meus pacientes que fazem esse tratamento. E o melhor: a gente sai de medicações mais fortes e químicas para medicações mais leves e sem efeitos colaterais importantes. A falta de informação e o persistente estigma em relação à cannabis são obstáculos graves para o progresso na área da saúde.
É preciso desacelerar
Talvez a pandemia tenha trazido essa consciência de que é preciso desacelerar. Como médica nutróloga, tento fazer uma abordagem integrativa, levando o corpo a um estado de mais equilíbrio e saúde plena. Por isso, sempre trabalho a melhora da qualidade de vida, através de uma alimentação saudável, prática de atividade física e bem-estar emocional.
Se você tem burnout, procure ajuda, olhe para você. Nosso tempo é muito precioso e temos que usá-lo de maneira correta. Ninguém ganha nada com o trabalho excessivo. Pelo contrário: perde momentos de prazer com a família e amigos. Cuide de você! Sua saúde física e mental deve sempre estar como prioridade na sua vida.